Seja um seguidor desse blog

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Como nossos pais...

Criei este espaço para eu poder me expressar aquilo que penso, ouço, vivo, me alegro, sofro, venço, perco, faço, omito, crio, destruo, porque há tempo para tudo na vida de um homem, inclusive de um cristão, de um pastor.

Estive pensando em minha mãe, a Miss. Olindina Spioni, que a pouco partiu. Que grande história ela teve. Foi, praticamente, uma órfã, criada em um convento de freiras em Florianópolis depois que perdeu o pai antes de nascer, e depois sua avó, que a criava. Saiu lá do Sul, foi atraída para esta grande metrópole de São Paulo, depois de uns percalços, conheceu meu pai e se apaixonaram. Criaram uma linda família. No final da década de sessenta teve uma experiência de conversão que mudaria sua vida, e a vida de toda a família.
Conheceu o evangelho por meio de uma igreja que estava começando seu grande movimento, O Brasil para Cristo, sob a liderança do Miss. Manoel de Mello.
A história é longa, demanda um livro, que sonho em fazer, contando como as coisas eram difíceis naquele tempo, e poucos se aventuravam a pregar o evangelho. Posso resumir falando que ela foi uma das melhores evangelistas que conheci, não de púlpito, mas no corpo a corpo. Ainda me lembro algumas vezes que ia com ela pelas "quebradas" da favela, em Vila Albertina, onde a igreja Batista tinha sido apedrejada, e a Assembleia de Deus expulsa. Mas com amor e paciência, ela com algumas outras valentes, fundaram a igreja que até hoje existe. Fruto que permanece.
Seu trabalho rendeu a fundação de várias outras igrejas, além da Vila Albertina, a de Furnas e Jardim Brasil, ainda no tempo do O Brasil Para Cristo, e Betel Brasileiro em São Paulo, além da nossa Comunidade Cristã Vida, onde encerrou sua carreira.
Lembro ainda que quando ainda relutava em abrir mais uma igreja, já no início da sua velhice, ela teve um sonho, sonhou que Deus queria lhe dar um novo filho, o quinto, mas ela não queria aceitar. Depois ela entendeu que se tratava deste novo filho, não o quinto filho natural, este sou eu, mas sim a quinta igreja.
Pois bem a Comunidade Cristã Vida, carinhosamente apelidada de CCV, nasceu, cresceu, e tem se expandido. Glorias a Deus.
Pensando em sua história, logo penso na minha. Quero também deixar um legado, algo que façam as pessoas se inspirarem em ter uma vida reta, diante de Deus, que leva mais a sério as suas coisas.
Da minha mãe a imagem que guardo não é da serva de Deus, apesar de realmente ser, mas sim de uma mãe de verdade, que, apesar de se gastar na obra de Deus, nunca faltou como mãe, no amor, na atenção, na responsabilidade com os filhos, na segurança que nos transmitia, que nos fez a nós, seus filhos, desejosos de ter também uma familha como a que formou com meu pai.
Isso é o que quero deixar para os meus filhos, e para todos os meus irmãos em Cristo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário